UM LUGAR COMUM
A
primeira ideia que me vem à cabeça para dar a notícia de que o Brincante esse
ano faz 20 anos é de um incrível lugar comum: "parece que foi ontem que
ele nasceu". Ainda me vem nitidamente à memória o dia em que eu, Rosane e nossos filhos Gabriel e Maria Eugênia
nos deparamos com aqueles galpões abandonados, sujos, molhados que pareciam querer
nos dizer: nos reabilitem.
Vínhamos
de uma muito boa estreia do espetáculo
Brincante no I Festival de teatro de
Curitiba. E como não logramos aqui em São Paulo, naquela época, dos donos e
programadores teatrais a receptividade que gostaríamos para apresentar o nosso espetáculo, optamos
por fundar o nosso próprio teatro.
Depois de alguns meses de duro trabalho de readequação do espaço às nossas necessidades, no dia 22 de novembro de 1992 o inauguramos. É claro que ele foi inaugurado com muita dignidade, mas longe estava de ter a infra estrutura que hoje tem: uma sala teatral, uma sala de dança, banheiros e vestiários internos, banheiros externos, sala de recepção, etc... A bem da verdade, muitos meses e alguns anos ainda após a sua inauguração em diversas ocasiões tivemos de interromper o espetáculo por conta da água que, chovendo pra valer, invadia o nosso palco... Mas como não nos deixávamos amedrontar fomos lentamente, como se diz por aí, procurando deixar o Brincante cada vez mais nos trinques.
E
tocamos outras inaugurações: o curso A Arte do Brincante para educadores, o
projeto Encontro com a Dança e a Música brasileiras, o evento Tributo à Câmara
Cascudo, as apresentações dos espetáculos Segundas Histórias e Na Pancada do
Ganzá, e muitos e muitos outros eventos
e ações. É claro que para essas ações e eventos contamos ao longo dessa
trajetória com a fundamental colaboração de entidades e empresas como o
Instituto C&A, como a Phillips do
Brasil e como, mais recentemente, o Instituto Alana. A todas elas somos
muitíssimos gratos.
E aí
que, em decorrência de tudo isso, o Brincante foi se tornando um lugar comum. Um lugar comum para
aqueles que querem entender um pouco mais de Brasil, para aqueles que querem
brincar com um pandeiro ou uma alfaia, para aqueles que querem brincar com seus
corpos, para aqueles que querem se instrumentalizar com o infinito e generoso
mundo da cultura brasileira, etc. De
maneira que, esse ano de 2012 é aquele rico momento de nossa trajetória em que
felizes – e felicidade rima também com dificuldade – nos esperançamos para o
futuro. Um futuro em que o nosso tão almejado crescimento econômico se faça
também acompanhar do nosso humano crescimento. Esse é o lugar comum que
almejamos. Acompanhem a nossa
programação de aniversário e bons espetáculos e eventos.
Antonio Nóbrega
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